O despertar do gigante.


Enquanto cães ladinos excursionavam terras desbravadas por bandeirantes (Matilha no Circuito SESC de Artes) donde tantos índios sucumbiram-se ao ostracismo fugindo oeste adentro ou rumaram ao extermínio-aculturação ( interior de São Paulo) cafuzando-se com negros fugidios da ordem escravocrata, que divulgou que a vinda destes para as fazendas de café  do mesmo interior lhes trariam melhoria de vida.

Gerou contato, troca de experiências, submissões e saciedade de curiosidades entre negros da terra, crioulos, estrangeiros europeus, árabes e japoneses. Foram agregando-se ao corpo do gigante, que mantem-se adormecido por dezenas de décadas dopado pelo argumento de anões inescrupulosos que lhe convencem do repouso em suas riquezas e decisões.

Nos tempos atuais com a terceirização da saúde, incumbiram a um enfermeiro de grossas coxas, calça justa, abdomen definido, mulatão libidinoso de pronto socorro, para anestesiar o gigante com elixires estrangeiros que produzem sonhos de superioridade elegante e glamourosa. Que entorpecem o sentido de se colocar no lugar do outro.

Destruidores de solidariedades. Fraticidas-infanticidas há séculos; porém o tal enfermeiro amigo da alcateia da "matilha", entregou-se a desejos inconfessos em um dos seus plantões. Alguma pessoa de bunda arredondada-arrebitada chega trazendo um parente próximo seu, jogador de futebol, gladiador de nossas terras herói incontestável de gramados e peladas. O enfermeiro mulatão libidinoso, parecido com o Obama, primo do Caetano Veloso lá da Bahia, não consegue se conter. Precisava de algum contato com a pessoa parente do jogador, mesmo que fosse um insignificante "Braile".

Usa de todos os seus dotes para atrair e dos ardizes mais sórdidos para poder morder um pedaço daquela carne que por mais que apetitosa que fosse, ainda tinha tinta loira nos cabelos. Negligenciando sua escala de medicações e procedimentos terapeuticos; e assim não anestesiando o gigante que desperta em um dia de anúncio de aumento de passagens de ônibus e decisão de campeonato de futebol.

Tomando as ruas do Brasil de assalto, como aquele dinossauro (godzila) que volta e meia passeia a destruir o high-tech Japão, acuando e principalmente intimidando nossos podres poderes num misto de rave-arrastão. O gigante despertou de estado epoplético. Espero eu que não seja convertido em sopão para a merenda escolar.

A corda porém (pelo menos aqui) arrebenta sempre para o lado mais fraco. O enfermeiro, coxudo, libidinoso, parecido com o Obama e com o primo do Caetano Veloso foi jurado de morte pelo despertar do gigante e foi escondido por um tal grupo Projeto Matilha que submeteu-lhe a uma vivência de "transcendentidade", conseguindo que esse jovem senhor mudasse de nome, cor, idade, religão, cabelo e sexo diluindo-se novamente entre a população onde poderá viver a paz, redimido de seu erro. 

Louvada seja Santa Fabíola de Roma , padroeira dos amores não correspondidos, dos que sofreram abuso sexual e dos enfermeiros!

(por Gervásio Pústula)

identidade e diferença.



"Toda identidade tem à sua margem, um excesso, um algo mais. A unidade, a homogeneidade interna, que o termo "identidade" assume como fundacional, não é uma forma natural, mas uma forma construída de fechamento: toda identidade tem necessidade daquilo que lhe "falta"- mesmo que este outro que lhe falta seja um outro silenciado e inarticulado(...) a constituição de uma identidade social é um ato de poder, pois se uma identidade consegue se afirmar é apenas por meio daquilo que a ameaça". 

(Stuart Hall)

Sobre agentes e identidades.



Era sábado 21 de abril, tarde cinzenta na São Paulo de inconfidentes a busca de confidências dos "segredos inconfessáveis". Dois baralhos. Um onde se podia mentir o destino, outro onde se podia definir uma outra identidade. É preferível mentiras crédulas e convictas do que verdades pela metade, empalidecidas e enfraquecidas por constrangimentos.
Estávamos ali do lado da igreja da Santa Cecilia (aliás, de quem ou do que ela é mesmo padroeira?) Agentes de uma proposta- jogo, vendendo imóveis ideais, em regiões ideais, abrindo cartas ideais para pessoas comuns e normais. Que por sua vez explicitaram suas expectativas e idealizações no dia em que se comemora o ideal de liberdade de um país que esta longe de ser livre. Comungamos dessa forma sonhos de liberdade, que são a única coisa que nunca será impedida de existir. Parabéns agentes, continuamos nossas investigações. 

Gervásio Pústula  (agente ficcional)





agentes ficcionais

Alguns agentes cadastrados (ou não) pela agência ficcional desabitual e suas possíveis transcendentidades:


Agente Alpha.


(agente sem cadastro)


(agente sem cadastro)


Agente Gervásio Pústula. Escrivinhador.


Agente Jureminha Tupã. Pin-Up Cabocla.


Agente Lilian Curado. Enfermeira, cartomante e vidente.


Agente Jaguar. Fera nos jogos.


Agente Dóris Apenas.


Agente Elza Madureira.


(Agente sem cadastro).


Agente Etéreo.


(agente não cadastrado).


O investigador.

sonho meu imóveis

O Sonho Meu Imóveis esteve realizando sua ação de compra e venda de espaços na cidade junto à Agência Ficcional neste último sábado de feriado na cidade de SP. Um sucesso! Com direito a cafezinho e tudo.






certidão de transcendentidade

Durante a ação no Largo Santa Cecília, a Agência Ficcional trouxe a todos os interessados a possibilidade de escrevinhar sua certidão de transcendentidade após provarem os elixires potencializadores como o clareador de desejos, o diluidor do tempo, entre outros. Muitos foram os que se renomearam em nome de seus próprios Desejos! O ocorrido é verdade. E damos fé!













cartas de identidade

JOGO DAS IDENTIDADES

O que é:
A estrutura deste jogo aproxima-se do Buraco, onde o objetivo é montar uma uma determinada sequência de cartas (como a canastra do jogo de Buraco). No jogo das Identidades essa sequência refere-se a palavras que juntas configuram a identidade do jogador. As cartas trazem escritas sete aspectos de identidade: lugar onde nasceu e onde vive, preferência musical, crença, etnia, sexo e time de futebol. Há também uma carta coringa, que serve para qualquer uma das opções.

Como jogar:
São distribuídas oito cartas aos jogadores e estes tem que comprar e descartar até formar sua sequência de identidade, podendo baixar suas cartas na mesa à medida que estas lhe servirem. Se um jogador conseguir completar sua identidade e não lhe sobrar nenhuma carta na mão, ele vence o jogo. No entanto os outros jogadores da mesa podem continuar jogando. No caso de um jogador encontrar a sua sequencia e tiver outras cartas na mão, ele pode baixa-la na mesa e continuar o jogo, formando novas identidades ficcionais, com as cartas que lhe restam.

Objetivo:
O Jogo das Identidades é uma dinâmica que busca despertar o diálogo sobre as origens, e as identidades culturais dos jogadores. Conforme os jogadores colocam seus jogos na mesa, estão falando sobre quem são nos contextos sociais que habitam ou ainda sobre como os seus desejos podem traçar um contorno identitário subjetivo.



















cartomante

JOGO DO DESTINO

O que é:
É um jogo de cartas inspirado na leitura de sorte das cartomantes, onde o jogador pode escolher uma combinação de cartas que melhor desenhem um destino para sua vida.

Como jogar:
O jogador senta-se em frente à uma Agente Ficcional que faz uma alusão à figura da cigana que “lê a sorte” e ela vai revelando as cartas que falam de  amor, infância, trabalho, corpo, patrimônio e destino. O jogador pode escolher montar a combinação que mais se aproxime de um destino desejado, com algumas restrições que se referem às suas prioridades. Quanto mais um aspecto for prioridade para o jogador, mais ele tem a chance de escolher entre as opções apresentadas. Deste modo ele pode escolher sete cartas na primeira rodada, seis na segunda e assim por diante até que a última carta não dependerá da vontade dele, mas será como uma sorte a ser aceita e encarada.

Objetivo:
Refletir sobre aspectos sócio-culturais como fatores de construção da identidade e sobre as possibilidades de transposição do que se acredita ser um destino pré-determinado. Ao combinar as cartas para traçar uma determinada sorte para si, o jogador estará criando uma narrativa poética a seu respeito e colocando na mesa aspectos de sua singularidade como indivíduo.